Por Cleide Alves Da Editoria de Cidades do JC O bairro do Jiquiá, distante 6,2 quilômetros do Centro do Recife, terá o maior conjunto residencial da cidade, voltado para trabalhadores com renda mensal de cinco a dez salários mínimos.
São quatro mil apartamentos organizados em mais de cem blocos de quatro pavimentos, num terreno de 45 hectares localizado na Avenida Recife, no entorno do prédio da Justiça Federal.
A área, até então vazia, pertence ao Fundo de Pensão da Caixa Econômica Federal (Funcef). “Fizemos uma permuta com a Itacon.
A empresa constrói o residencial e nós recebemos um percentual sobre o valor da venda do empreendimento”, informa o diretor imobiliário do Funcef, Jorge Arraes.
O contrato foi assinado no fim de 2005.
No momento, a construtora está elaborando o projeto do conjunto habitacional. “Pretendemos fazer o lançamento nos últimos três meses deste ano”, diz o diretor administrativo e financeiro da Itacon, Leonardo Albuquerque.
Ele calcula em três ou quatro anos o tempo necessário para execução da obra. “Podemos fazer em menos tempo, vai depender da velocidade das vendas”, observa Leonardo Albuquerque.
Na avaliação do empreendedor, o Jiquiá ainda é uma área inóspita na cidade, mas tem potencial para evoluir. “Fica perto do Centro e da Universidade Federal de Pernambuco, é beneficiado por corredores de transporte público de passageiros, conta com o metrô, enfim, tem infra-estrutura.” O novo residencial supera o Conjunto Ignez Andreazza, em Areias, que tem 23 blocos, 2.464 unidades e ocupa 30 hectares.
O bairro também ganhará novos moradores no próximo ano, com a conclusão do Conjunto Habitacional do Jiquiá, próximo à Estação Mangueira do metrô, fruto do Convênio Mangueira-Mustardinha, assinado entre o município do Recife e o governo do Estado, no valor de R$ 8.395.930,41.
As obras começaram em fevereiro de 2007 e o prazo previsto para conclusão é fevereiro de 2008. É composto de 93 blocos, com quatro apartamentos cada (térreo e primeiro andar), totalizando 372 unidades habitacionais.
Desse total, 257 são destinadas a famílias da Mangueira e da Mustardinha, relocadas para a reurbanização da área.
O restante será ocupado por famílias vinculadas ao programa auxílio-moradia.
O lazer reivindicado pela comunidade deverá surgir com o Parque do Jiquiá, prometido pela prefeitura para o terreno onde atracava o dirigível Zepelim nos anos 30 do século 20, hoje uma Área de Proteção Ambiental (APA).
O diretor de Meio Ambiente do Recife, Mauro Buarque, disse que o município comprou o imóvel à Caixa Econômica por R$ 3,8 milhões e reservou 36 hectares para implantar o parque. “Estamos levantando propostas já existentes e tentando captar recursos, temos boas perspectivas”, declara.
O parque está estimado em R$ 10 milhões.
Terá museu da aviação, refinaria multicultural e planetário. “A proposta é um parque para contemplação”, afirma.
A torre de atracação do dirigível passou pelo primeiro estágio de recuperação e não corre mais risco de desabar.