Depois que o IBGE divulgou hoje o resultado do PIB – 1º trimestre de 2007, a CNI posicionou-se por meio de uma nota oficial reclamando que a indústria nacional está crescendo pouco, apesar do crescimento da demanda.
A avalanche das importações ajuda a explicar para onde caminha o descontentamento do empresariado.
No poder, o mesmo PT que criticava a farra cambial de Gustavo Franco não demonstra muito interesse em reduzir os prejuízos à indústria nacional.
Veja os termos: O crescimento do PIB não veio acompanhado de aumento no produto industrial.
Essa é a característica que marca a atividade econômica em 2007.
Enquanto o PIB cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2007, o produto industrial manteve-se praticamente estável, expandindo-se 0,3% ante o quarto trimestre de 2006, após ajuste sazonal.
A indústria cresce pouco, num cenário de ampla expansão da demanda.
O consumo das famílias aumentou 0,9% no primeiro trimestre (em relação ao trimestre anterior, após ajuste sazonal).
No mesmo período, o consumo do governo elevou-se em 3,5% e a formação bruta de capital fixo ampliou-se 2,1%.
Ou seja, o aumento da demanda tem sido satisfeito, majoritariamente, pela expansão das importações, que cresceram 4,1%, ante o trimestre anterior.
A indústria está perdendo participação no PIB.
No primeiro trimestre de 2007, o PIB industrial representou 24,8% do produto total.
Em 2006, a participação média da indústria no PIB foi de 26,6%.
A boa notícia é a expansão dos investimentos, em proporção do PIB, saltando de 16,8% na média de 2006, para 17,2% no primeiro trimestre de 2007.
Com relação às previsões para o ano de 2007, se o ritmo de expansão da economia no primeiro trimestre se alongar para o resto do ano, o PIB para o ano de 2007 deve ampliar-se aproximadamente em 4%.
Essa expansão está em linha com a estimativa feita pela CNI, que é de crescimento de 4,2% do PIB em 2007.
O resultado do PIB industrial no primeiro trimestre sinalizou um quadro menos favorável do que se previa.
A CNI estima crescimento de 4,0% do PIB industrial em 2007.
Para ocorrer essa expansão, contudo, é necessária uma intensificação do crescimento da produção industrial nos próximos trimestres.
Isso porque, se a indústria mantiver o ritmo de crescimento do primeiro trimestre para o resto do ano, a expansão anual da indústria não chega a 3%.