A propósito da nota oficial do governador sobre o irmão de Cali, da minha parte, vou guardar sempre na memória o lado empreendedor de Wilson Campos Júnior.

Nós conhecemos por conta do meu ofício de repórter de Economia, durante mais de uma década neste JC.

Ele dirigia a Associação das Empresas de Planejamento de Pernambuco (Assempe) e lutava pelo aperfeiçoamento do modelo de incentivos fiscais para o Nordeste, antes do fechamento da Sudene.

Em agosto de 1996, junto com o fotógrafo Eduardo Queiroga, tive a oportunidade de divulgar uma série de matérias mostrando os benefícios para o turismo e a região da instalação do estão hotel Caesar Park em Pernambuco, depois denominado Blue Tree Park.

Wilson Campos havia desenhado toda a engenharia financeira e tornado-se sócio da Funcef, que realizava os investimentos.

Os mais velhos devem lembrar.

Foi uma novela que arrastava-se há muitos anos.

O empreendimento estava sendo questionado por ambientalistas e não saía do papel.

Com muito custo, já que não era de seu perfil indispor-se com ninguém, consegui convencê-lo a falar, mostrar números, falar dos cuidados ambientais.

Em pouco tempo, a campanha contra a obra cessou, dissolvida a nuvem de fumaça lançada contra o projeto.

A foto que ilustra esse comentário foi feita numa destas manhã de agosto de 1996.

Havia apenas as tubulações na areia da praia, mas como todo empresário é um visionário, o consultor já visualizava a obra pronta, nos mínimos detalhes.

Até na imprensa havia gente que defendia com unhas e dentes, mais dentes do que unhas diga-se, a comunidade dos carangueijos, contra o hotel.

Como se não fosse possível conciliar os dois.

Era.

O hotel mudou de nome, de donos, mas continua de pé até hoje, gerando empregos, que é o mais importante. É apenas uma das boas coisas de seu legado como consultor e empresário que lembro.

Que Deus o guarde, amigo.