Enquanto o bispo suicida esperneia, no interior da Bahia, contra o início das obras, o coordenador-geral do projeto da Transposição, em Brasília, o engenheiro Rômulo Macedo, disse ao jornal Folha de São Paulo, no domingo, que considera pouco provável
que a obra pare depois de tantos problemas que enfrentou até começar a sair do papel.
Ele não descarta, porém, contestações e eventuais atrasos na superlicitação em curso, de R$ 3,3 bilhões, para a escolha das empresas privadas que farão a maior parte da obra, nem o risco de que a obra se torne, no futuro, um elefante branco
. Tudo está programado para que o eixo Leste seja inaugurado já neste governo e que o eixo Norte, maior, chegue a 2010 com parte funcionando, para se tornar irreversível
, disse Macedo.
O objetivo é evitar que o sucessor de Lula interrompa o projeto.
Na manhã da última terça-feira, deu-se o início oficial da polêmica obra de transposição do rio São Francisco, obra de mais de R$ 5 bilhões a ser financiada com dinheiro dos impostos.
Em meio a mandacarus, coroas de frade e outras plantas espinhosas da caatinga, o sargento topógrafo Hayud Farah seguiu as coordenadas do satélite e marcou o lugar onde o Exército erguerá, nos próximos meses, um paredão do tamanho de um prédio de sete andares da barragem de Tucutu.
O marco foi feito a oito quilômetros das margens do São Francisco, em Cabrobó (PE).
Do trecho onde o rio faz uma curva, sairá um dos dois canais de concreto que vão desviar parte das águas do São Francisco por centenas de quilômetros, para os Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
No caminho, nove estações de bombeamento vão erguer as águas a uma altura de até 300 metros.