Quase 1 milhão de alunos encontrará as escolas sem funcionar hoje, primeiro dia de greve dos 29 mil professores da rede estadual de ensino.

A categoria deflagrou a paralisação na última sexta-feira, em assembléia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe).

Os docentes querem 16% de reajuste salarial, além da equiparação do piso atual ao mínimo de R$ 380.

Durante todo o dia de hoje, professores escalados pelo Sintepe percorrerão as escolas para explicar a pais e estudantes os motivos da greve.

Eles convocarão a comunidade escolar a participar de passeata, às 14h de amanhã, pelo Centro do Recife.

O ato reunirá docentes das redes particular e municipal do Recife, que também pararam as atividades por melhor remuneração.

A concentração será na Praça Oswaldo Cruz, bairro da Boa Vista.

Segundo o presidente do sindicato, Heleno Araújo, atualmente há 957 professores recebendo como salário-base menos que o salário mínimo definido por lei.

Quem leciona 150 horas/aula mensais e tem magistério recebe R$ 253,38, sem contar as gratificações.

O valor é de R$ 346,74 para quem possui licenciatura plena.

Entre os 6 mil trabalhadores administrativos dos colégios estaduais, cerca de 80% têm piso menor que R$ 380.

Presente à assembléia que deflagrou o movimento, o presidente da Associação de Pais de Alunos das Escolas Públicas, Manoel Santos, lamentou o uso do recurso da greve, mas disse que entende a posição da categoria. “Somos solidários, porque queremos uma escola pública de qualidade.

O professor está desvalorizado, por isso os governantes precisam entender que não há desenvolvimento sem educação”, defendeu.

Na quinta-feira, o Sintepe realiza nova assembléia para definir os rumos da greve, de acordo com as negociações com o governo estadual.

Além do acréscimo salarial, os professores exigem progressão por desempenho e confirmação do abono educação de 50% para o mês de outubro.

Outros dez pleitos fazem parte da lista de reivindicações entregue às Secretarias de Educação e de Administração de Pernambuco em março.

Os professores querem fazer cumprir a lei estadual 12.635 de 2004, que fixa para junho a data base de reajuste.

Em nota oficial divulgada na sexta-feira, a Secretaria de Administração explicou que só poderá negociar aumento para servidores no início de julho.

O secretário aguarda que a União defina o Programa de Ajuste Fiscal (PAF), que estabelecerá as metas de receitas e despesas para os estados.

Hoje, continua o texto, o déficit de Pernambuco está em torno de R$ 255 milhões.