O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco denunciou sete pessoas envolvidas no superfaturamento de peças automotivas adquiridas para conserto de veículos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), no Recife.
A conduta criminosa consistia também na solicitação de peças para carros que não pertenciam à frota dos Correios.
A fraude foi cometida entre os anos de 1996 e 1999.
O procurador da República Luiz Vicente Queiroz ofereceu a denúncia contra seis ex-funcionários da ECT e contra o proprietário da empresa J.C.V Silva ME Doumar, contratada para o fornecimento das peças automotivas naquele período.
Eles são acusados de subtrair dinheiro, valor ou bem, ou contribuir para que seja subtraído, em razão de facilidades proporcionadas pela qualidade de funcionário público.
Em caso de condenação, as penas possíveis são reclusão por até 12 anos e pagamento de multa.
Valores As apurações, iniciadas no ano 2000, revelaram que, do total de R$ 750 mil pagos pelos Correios à Doumar, cerca de R$ 591 mil resultaram do golpe aplicado pelos denunciados.
O MPF constatou que havia divergências entre os valores pagos pelos Correios e os praticados no mercado.
Conforme consta da ação, chegou-se ao absurdo de os gastos com as peças de terminado veículo superarem o valor de venda do próprio carro.
Para simular o pedido de peças, os mecânicos da ECT, mediante acordo com o empregado do setor de requisição de peças e certificação de notas fiscais, simulavam a entrada de automóveis na seção de manutenção.
Em seguida, eram feitas as solicitações falsas dos equipamentos que jamais seriam usados na frota dos Correios.
Os funcionários recebiam comissões da Doumar pela execução da fraude.