Da Editoria de Economia A implantação da Refinaria Abreu e Lima e do Estaleiro Atlântico Sul em Pernambuco reacenderam as discussões sobre o passivo social do Complexo Industrial e Portuário de Suape.
Desde que foi criado, há quase 28 anos, a proposta era que a concessão dos incentivos fiscais às empresas fosse compensada pela instalação de cursos de qualificação de mão-de-obra para a população do entorno do porto.
A contrapartida aconteceu em ritmo lento, abrindo postos de trabalho para apenas 5% dos moradores do Cabo e de Ipojuca dentro do complexo.
Agora, com as atenções voltadas para os projetos estruturadores, responsabilidade social é o tema da hora.
Um dos projetos em andamento é a implantação de um restaurante escola no Porto de Suape, em parceria com o Senac.
A construção do prédio teve início ainda na gestão passada, mas não tinha o perfil de escola e será adaptado.
O investimento do governo do Estado é de R$ 362 mil e a expectativa é iniciar os cursos em setembro deste ano.
O superintendente de Gestão Fundiária e Patrimônio de Suape, Inaldo Campelo, diz que a idéia é formar os moradores do entorno do complexo para atuar tanto no setor turístico, quanto no refeitório das indústrias. “Também estamos tentando ampliar a parceria com o Senac para que eles ofereçam cursos profissionalizantes no horário da manhã no nosso Centro de Treinamento”, observa.
O diretor-regional do Senac, Edgar Mattos, adianta que o segundo restaurante escola da entidade - o primeiro funciona no Recife - vai abrir nove turmas de cozinheiros, totalizando 108 alunos, além de dez turmas de garçons, para 228 alunos. “Estamos falando de cursos com altos índices de empregabilidade.
De janeiro a abril deste ano, o setor de turismo e hospitalidade absorveu 303 alunos que formamos.
Para efeito de comparação, no comércio esse número foi 79, em saúde 73 e em imagem pessoal (cabeleireiros, manicures) foi de 58”, compara.
O prédio do restaurante já está pronto, faltando apenas a aquisição das máquinas e equipamentos.
A gestão e a manutenção do espaço, que terá capacidade para receber 200 pessoas, será feita pelo Senac.
Inaugurado em abril de 2004, o Centro de Treinamento de Suape também se prepara para melhorar sua atuação.
Com sete salas, o espaço oferece cursos de Educação de Jovens e Adultos, além de profissionalizantes nas áreas de auxiliar de cozinha, auxiliar de limpeza, jardinagem, lancheiro, agente de saúde e outros.
Campelo destaca que a manutenção do centro custa R$ 160 mil por ano, bancados pela Secretaria de Educação (30%) e por Suape (70%). “Nosso próximo passo será a implantação de quatro laboratórios de inclusão digital até o final do ano”, diz.