Élio Gáspari Tungada no direito de escolher seus candidatos, a patuléia será convidada a pagar a conta.
Criando-se o financiamento público das campanhas, os contribuintes pagarão R$ 7 por eleitor alistado.
Argumenta-se que se a choldra pagar, acabarão as caixas paralelas.
Parolagem.
As caixas da malandragem só acabarão quando seus beneficiários tiverem medo de ir para cadeia.
Sem grades, sempre que houver alguém querendo dar dinheiro a candidato, haverá algum mensaleiro mordendo o mercado.
O financiamento público das campanhas eleitorais brasileiras será mais um caso de taxação das vítimas.
Estima-se que, com os mimos da reforma, o PRB poderá ficar com R$ 8 milhões.
Pouca gente sabe, mas PRB é o Partido Republicano Brasileiro, que elegeu um só deputado.
O MDB, com 93 cadeiras, embolsará R$ 136 milhões.
Isso sem contar o prestígio acumulado em diretorias da Petrobras, da Caixa Econômica e do Banco do Brasil.
Depois de tanta notícia ruim, uma boa.
Há duas boas vozes petistas contra o voto de lista.
São o deputado Carlos Zarattini e o senador Eduardo Suplicy.
Zarattini foi o quinto mais votado na bancada do PT de São Paulo.
Poderia ser um crítico silencioso da maracutaia, pois se ela for consumada, seu mandato será prorrogado.
Há poucas semanas ele foi à tribuna da Câmara e advertiu: “Em vez de realizarmos campanhas nas ruas discutindo e debatendo com o eleitor, levando-lhe nossas propostas, ouvindo o que ele tem a dizer -o que é, inclusive, muito importante para reciclarmos nossos pontos de vista-, vamos levar essa disputa da formação da lista para dentro dos partidos.
E salve-se quem puder, porque, lá dentro, a briga vai se dar em outros termos”.
Quais termos?
Perguntaria Delúbio Soares.