O prefeito cassado do município sertanejo de Verdejante, Francisco Alves Tavares de Sá (DEM), disse ao Blog nesta sexta (8) que está sendo perseguido por razões políticas. “Fui o único prefeito do Sertão Central que não virou a casaca”, desabafou, fazendo referência aos líderes políticos municipais que trocaram de partido ou de posição por conta da vitória de Eduardo Campos (PSB) no ano passado. “De Arcoverde a Araripina, Eduardo só perdeu em três municípios”, conta. “Verdejante foi um deles e com o melhor percentual para Mendonça”.

Na tarde desta sexta, Francisco Tavares viajou de sua cidade, que fica a 580 quilômetros da capital, para o Recife, onde vai descansar no final de semana. “Na segunda, começo a tomar as providências para garantir meus direitos”.

Ele se diz injustiçado pelo Tribunal Regional Eleitoral, que decidiu por sua cassação no último dia 22 de maio.

E vai recorrer ao TSE. “O TRE não levou em conta que ganhei a minha primeira eleição para a prefeitura em 1992, fiz o sucessor em 96, voltei em 2000 e me reelegi em 2004, com cada vez mais votos”, reclamou. “Na última eleição, ganhei com mais de 3 mil votos de frente e na próxima vai ser com 4 mil”, garante.

ACUSAÇÕES Francisco Tavares se diz vítima de armações tramadas pelo grupo político de José Adaílton Monteiro da Silva (PTB), segundo colocado nas eleições de 2004, e Ildefonso Torres de Sá, ex-prefeito e ex-aliado. “Mas é preciso investigar quem são Adaílton e Ildefonso”, sugeriu.

No último dia 22 de maio, o TRE cassou o mandato de Francisco Tavares, determinou sua inelegibilidade por três anos e lhe imputou uma multa de 10 mil Ufir (cerca de R$ 10,6 mil).

O prefeito foi afastado com base em três acusações: distribuição de vales a eleitores para a compra de cimento, utilização de recursos carimbados para a construção de 60 casas populares e contratação irregular de funcionários públicos durante a campanha.

O TRE também definiu que José Adaílton Monteiro, que teve cerca de 14% dos votos contra mais de 80% de Francisco Tavares, assumisse a prefeitura, o que aconteceu nesta sexta.

O irmão do prefeito cassado, Péricles Tavares, enviou ao Blog uma carta defendendo sua família que, segundo ele, estaria sendo vítima de uma campanha difamatória.