O delegado Francisco Campelo foi designado para investigar o convênio que existia entre a Delegacia de Crimes contra a Administração Pública e a Celpe.

Pelo acordo, a Celpe entregaria todos os meses R$ 15 mil para custear despesas da delegacia e pagamentos de gratificações aos policiais e peritos.

O convênio entre a especializada e a companhia existia há pelo menos dois anos e foi encerrado em abril pelo secretário de Defesa Social Romero Menezes.

O caso chegou ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) depois que foi denunciado no plenário da Câmara do Recife pelo vereador Gilvan Cavalcanti.

Na oportunidade, o vereador afirmou que o dinheiro dado pela Celpe era repartido entre a delegada-titular de Crimes contra a Administração Pública, Cláudia Freitas, e o gerente de Polícia Especializada da Polícia Civil, Osvaldo Morais.

Com base na denúncia, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) determinou à Chefia de Polícia Civil a abertura de inquérito para investigar o convênio. “Segundo a denúncia que nos foi encaminhada, a delegacia funcionaria a serviço da Celpe, inclusive mantendo policiais e peritos de sobreaviso para atender às demandas da empresa", explica a promotora Maria Helena da Fonte. “Em casos que poderiam ser arbitradas fianças, as pessoas acusadas de furtar a energia eram presas em flagrante e mandadas para o presídio”, conta.

A SDS revelou que um novo convênio será firmado com a Celpe.

Desta vez, “sem a previsão de qualquer auxílio financeiro para policiais nem qualquer outra espécie de gratificação”.

EXPLICAÇÕES Sobre o tema, a assessoria de comunicação da Celpe divulgou a seguinte informação: “A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) informa que o convênio entre a Empresa e a Secretaria de Defesa Social está sendo substituído por outro, dentro de novos termos acordados entre as partes, conforme consta de ofício enviado pela SDS à Câmara Municipal do Recife.

Sobre o convênio anterior, a Companhia cumpriu as cláusulas que estavam previstas no documento oficialmente assinado e arquivado na Secretaria”. (Com Eduardo Machado, da Editoria de Cidades do JC)