Protestos cobram mais segurança Do Caderno de Cidades do JC Cruzes fincadas na areia da Praia de Boa Viagem e faixas espalhadas em 18 ruas e avenidas pretendem chamar a atenção do recifense, hoje, em uma série de protestos por mais segurança pública.

Os atos, organizados pelas ONG Recife pela Paz e pelo Instituto Antônio Carlos Escobar (Iace), dão continuidade a uma mobilização nacional.

As entidades cobram resposta dos governantes para os 1.714 assassinatos ocorridos em Pernambuco de janeiro a abril deste ano.

As mil cruzes, dispostas na faixa de areia próxima à Padaria Boa Viagem, na Zona Sul, representam parte das vítimas da violência urbana no Estado.

A partir das 5h, manifestantes e familiares dessas pessoas estarão presentes. “Não vamos falar mal de governo, de polícia.

Somos cidadãos e queremos dar um grito de socorro”, frisou o coordenador do Recife pela Paz, Daniel Chagas.

O ato segue as mobilizações da ONG Rio de Paz, realizadas no Rio de Janeiro, em março e abril, e em Brasília, na semana passada.

Boicotado pela empresa de outdoors Bandeirantes, que considerou a campanha “agressiva e sem propósito”, o Iace adotou a estratégia de colocar 18 faixas em pontos movimentados de Olinda e do Recife.

Nas peças, frases como: “Pernambuco, 2.108 assassinatos em 151 dias.

Quem se responsabiliza?”.

Um caminhão também circulará pela cidade nos próximos três dias, mostrando os cartazes.

Em Olinda, as faixas estarão afixadas próximas ao Colégio de São Bento, no Carmo, e ao Hiper Bompreço de Casa Caiada.

No Recife, o protesto aparece em três pontos da Avenida Agamenon Magalhães, e também em frente ao Colégio São Luiz, na Rua Joaquim Nabuco e no cruzamento da Rua Amélia com a Avenida Rosa e Silva (os três nas Graças), além das Avenidas 17 de Agosto (Casa Forte) e João de Barros (Espinheiro).

Na Zona Sul, as mensagens poderão ser vistas nas Pontes Paulo Guerra e do Pina, além das Avenidas Boa Viagem, Domingos Ferreira e Conselheiro Aguiar.

No Centro, ficarão na Rua Princesa Isabel e no cruzamento das Avenidas Visconde de Suassuna e João de Barros.

O Iace não conseguiu publicar a campanha em outdoors, depois que a Bandeirantes vetou o material. “Queriam que mudássemos o conteúdo, o que não permiti”, disse Clarissa Barros, da coordenação-executiva da entidade.

Segundo o diretor de marketing da empresa, Marcelo Santos, a denúncia “impactante” sobre os 2.108 homicídios em nada contribuiria para combater a violência. “Nossa política é não publicar agressões, seja contra instituições públicas, políticos, empresas”, alegou Santos.

Ele admitiu que a Bandeirantes deu sugestões para mudar os dizeres das faixas.

Para o diretor, foi uma “avaliação técnica de qualidade”, e não uma censura. “Não divulgamos mensagens que afetam a moral e os bons costumes.

Certo tipo de frase não resolve nem presta para nada”, disparou.