Por Ayrton Maciel Da Editoria de Política do JC “Queríamos derrubar a ditadura e construir uma sociedade socialista no Brasil.
A guerrilha era um instrumento para viabilizar essas visão política.” O depoimento é do ex-guerrilheiro do Araguaia e deputado federal por São Paulo, pela quinta vez, José Genoino Neto, que, aos 61 anos, ganha uma biografia consentida, na qual historia 40 anos de vida política.
Genoino revela as ações na Guerrilha do Araguaia – região ao Sul do Pará –, narra o sufrágio da tortura, expõe a indiferença do PC do B aos sobreviventes e detalha a crise do PT, desencadeada com o escândalo do mensalão, que o levou a deixar a presidência do partido. “O fato de não termos iniciado com a reforma política nos debilitou muito porque começamos a executar um programa de mudanças numa situação de relações tradicionais, principalmente no que diz respeito ao financiamento de campanha”, aponta.
O livro “José Genoino – Escolhas Políticas”, da professora-pesquisadora da Universidade de Brasília Maria Francisca Pinheiro Coelho – ex-companheira de militância estudantil, em Fortaleza – traduz os sonhos e a luta de um filho de camponeses pobres do Sertão cearense.
Do povoado de São José do Encantado, em Quixeramobim, semi-árido do Ceará, ao movimento estudantil de resistência ao regime militar, no fim dos anos 60, de onde saiu para a Guerrilha do Araguaia, acabando por cair nas mãos da ditadura.
Da prisão ao Parlamento e à presidência do PT, à qual renunciou, recolhendo-se ao isolamento, em 2005, no bojo do escândalo do mensalão, que abalou o partido e ameçou o governo Lula.