A presidente nacional do PSOL e ex-senadora por Alagoas Heloísa Helena, que visitou o Recife neste domingo (3), parece não acreditar em punição para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apesar do partido ter entrado contra o peemedebista no Conselho de Ética da Casa. “Ele é muito poderoso e homem de confiança de Lula.
A capacidade auditiva do Congresso e do Planalto é proporcional ao poder de pressão da sociedade", disse na comunidade Ilha de Deus, na Imibiribeira, onde participou do lançamento da segunda edição do Poder Popular, o jornal do partido. “Independentemente do debate corporativo, tem que haver a apuração”, cobrou.
O senador Renan Calheiros é acusado de ter parte de suas despesas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Júnior.
Sobre a operação da Polícia Federal que apontou irregularidades em obras públicas tocadas pela empreiteira Gautama em vários estados, com a intermediação de políticos, Heloísa Helna disse que “a navalha está se revelando um canivete cego”.
Ela defende a instalação da CPI, como um instrumento importante para que a população acompanhe o desenrolar das investigações. É que, oficialmente, o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público correm em segredo de justiça.
Para a presidente do PSOL, a adoção por parte do governo federal do orçamento impositivo (em que tudo o que está previsto tem de ser cumprido), poderia diminuir os casos de corrupção ao limitar a margem de manobra de lobistas. “É o Planalto que faz a opção de liberar verba e dar influência a parlamentares interessados em fazer lobby para empresas”, afirmou. “Se não houvesse a possibilidade de atender ao pleito, o interesse dessas empresas por parlamentares reduziria”, acredita.
Quanto ao projetos políticos do partido, Heloísa Helena revelou que o PSOL avalia os municípios onde poderá lançar candidaturas majoritárias e proporcionais em 2008.
Sobre sua candidatura à Prefeitura de Maceió no próximo ano, disse que ainda não está definida. “Mas uma coisa é certa: se disputar e ganhar,não sou candidata a nada em 2010”, adiantou. “Acho errado interromper um mandato no Executivo”.
Heloísa Helena cumpre atualmente uma carga de 20 horas semanais como professora de Enfermagem na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió, depois de cerca de 14 anos afastada da vida acadêmica.
Também participa de seminários e congressos pelo Páis, sem cobrar.
Como o do Ministério Público de Pernambuco, realizado há cerca de 10 dias, em Triunfo, sertão pernambucano, onde falou sobre impunidade na política. (Com Jorge Cavalcanti, da Editoria de Política do JC)