Na primeira manifestação pública sobre a crise que derrubou o número dois do comando da Polícia Federal, delegado Zulmar Pimentel, acusado de ter vazado informações sigilosas para colegas investigados pela Operação Navalha, o diretor-geral da instituição, Paulo Lacerda, afirmou ontem que o combate à corrupção segue sendo prioridade.

Ele disse que estão programadas operações do mesmo porte (da Navalha), que colocou na cadeia dezenas de políticos, empresários, lobistas e advogados envolvidos com fraude em licitações de obras públicas. “Inúmeras operações desse porte estão sendo gestadas e serão deflagradas no momento adequado”, garantiu.

Lacerda admitiu que a PF possa ter cometido erros no episódio que derrubou, além de Pimentel, os delegados Antônio César Nunes, superintendente da Bahia, e Paulo Bezerra, atual Secretário de Segurança Pública do Estado, acusados de atrapalhar a operação. “Não somos infalíveis, estamos tentando nos aperfeiçoar.” Mas defendeu o auxiliar, o qual disse conhecer de perto há 30 anos. “Posso afiançar que ele (Pimentel) tem o perfil de homem íntegro.

Nunca deu motivos para se duvidar da sua idoneidade.

Ao contrário, sempre se caracterizou pelo rigor nas suas ações.” Segundo o dirigente, o afastamento de Pimentel, por ordem da ministra Eliana Calmon, relatora da Operação Navalha no Superior Tribunal de Justiça, não atrapalha a rotina da PF, nem elimina o seu compromisso no combate à criminalidade. “Essa situação de intranqüilidade é natural na nossa vida.

Na PF não há monotonia.

Foi só mais uma semana de trabalho”, minimizou.