Do G1 O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, reconheceu neste sábado (2), em Londres, que as relações diplomáticas com a Venezuela não estão “normais” após as críticas do presidente Hugo Chávez ao Congresso brasileiro.
A avaliação foi feita em entrevista coletiva no centro de imprensa da Embaixada Brasileira, montado no Hotel Marriott, e reforçou o conteúdo de uma nota oficial divulgada na sexta-feira pelo Itamaraty, em Brasília. “Minha expectativa é de que todos os arroubos retóricos possam refluir e que as relações possam voltar à normalidade que têm.
Isso exige capacidade de contenção de todos”, disse Amorim. “A retórica pode ter saído.
Mas isso é uma coisa que às vezes dura um dia, dois dias. É uma nuvem que passa.
Veremos.” O chanceler brasileiro também ressaltou que críticas externas ao Congresso brasileiro não são cabíveis, venham elas das autoridades que vierem. “A independência, a dignidade, os princípios democráticos e nacionais do Congresso brasileiro não podem estar e não estão nunca em jogo.
Certamente, não é apreciável que uma autoridade estrangeira, seja ela qual for, se manifeste sobre nosso Congresso.” As críticas de Chávez ao parlamento brasileiro foram feitas durante cerimônia no Palácio de Miraflores, na quinta-feira.
Na oportunidade, comentando a moção do Senado de Brasília que pedia que Chávez revisse a medida que tirou do ar o canal de televisão RCTV, o venezuelano declarou que “o povo do Brasil não merece que o congresso apareça repetindo como um papagaio o que dizem em Washington”.
Ao tomar conhecimento pela imprensa das declarações, em Londres, na sexta-feira, Lula respondeu: “Chávez tem de cuidar da Venezuela”.