Da Folha Online Senadores do governo e da oposição reagiram nesta sexta-feira às declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que o Senado brasileiro age “como um papagaio” do Congresso americano.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que Chávez utilizou declarações “desorientadas” e recorreu à “pirotecnia” de um “aprendiz de ditador” para criticar os brasileiros.
Fortes, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, disse que Chávez não vai conseguir jogar o Congresso brasileiro contra o governo federal. “O Congresso brasileiro é soberano e independente.
O senhor Hugo Chávez, depois de interferir no Judiciário venezuelano, de garrotear o Parlamento venezuelano e de alterar a Constituição, possibilitando reeleições infinitamente, quer agora atingir e agredir os países vizinhos.
Invoca e elogia a posição do presidente Lula.
Não vai jogar o Congresso brasileiro contra o presidente.
Temos a exata noção do que é ser oposição, mas temos, também, a exata noção do que é ser brasileiro”, disse.
As declarações de Chávez foram uma resposta ao requerimento aprovado pelo Senado anteontem à noite com um pedido para que o venezuelano devolva a concessão ao canal oposicionista RCTV, que terminou no domingo e não foi renovada.
Chávez elogiou Lula, mas disse que o Congresso brasileiro reúne “representantes da direita”.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o Congresso nunca agiu em favor dos Estados Unidos. “O Congresso representa a autonomia e a vontade do povo.
Não representa nenhum país, muito menos os Estados Unidos.
Pelo contrário.
Tem tido posições contrárias àquele país.” O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que Chávez é um “ditador” e, assim como Jucá, lembrou que o Senado se posicionou contra a guerra dos Estados Unidos no Iraque. “A maioria dos senadores, em seus discursos, manifestou-se contra o poderoso presidente Bush quando este decidiu invadir o Iraque.
Isso traduz a independência do nosso país, simbolizada pela independência do Parlamento nacional”, afirmou.