Do Comunique-se “Não é censura e sim proteção de privacidade”, resumiu o cantor Roberto Carlos sobre a proibição da circulação do livro “Roberto Carlos em Detalhes”, do jornalista e historiador Paulo César Araújo.

Em entrevista ao Fantástico no domingo (27/05), o compositor não descartou uma biografia para o futuro, mas deseja ter controle sobre o que será publicado. “Pretendo ditar a alguém.

Quero que minha biografia seja ditada por mim.

Que eu a oriente”, afirmou.

O artista falou sobre o processo e não quis qualificá-lo como censura. “Entrei com a ação por dois motivos.

Primeiro, por que uma biografia não-autorizada se eu posso autorizar?

Segundo, pela invasão de privacidade que é uma coisa muito séria”, declarou Roberto Carlos sem explicar como o livro interferiria na privacidade de um artista conhecido há décadas. “É assim mesmo com pessoas públicas”, sintetizou.

O cantor declarou que jamais autorizaria Paulo César a escrever o livro, mesmo que ele lhe pedisse.

Roberto também negou a hipótese de um suposto acordo para suprimir as partes que lhe incomodavam. “Isso que seria censura.

Chegaram a me propor isso, mas eu não quis”.

Porém, na audiência que definiu o acordo, o próprio escritor fez a sugestão para evitar que o livro parasse de circular, mas o artista recusou a hipótese.

Livros Todas as cópias da editora Planeta foram entregues ao cantor, que ainda não sabe o que fará com elas. “Nunca disse que ia queimar.

Ou eu guardo ou mando reciclar”, explicou.

Várias livrarias ainda possuem o livro disponível para compra.

Artistas e autores criticaram a decisão do cantor, como o escritor Paulo Coelho.

Sobre as reações negativas, Roberto Carlos se disse tranqüilo, mas confirmou que “os ataques” o incomodaram.

Ele lembrou também que o acordo foi de interesse da editora. “Eles toparam o acordo.

Podiam não ter topado, mas toparam”.