Finalmente, consegui identificar o objeto da relutância do prefeito João Paulo (PT) contra a equiparação dos salários dos engenheiros municipais aos engenheiros federais.

Tem engenheiro na URB (Empresa de Urbanização do Recife) que ganha salários maiores do que o prefeito, com vencimentos de até R$ 13 mil, sem nem dar expediente no órgão.

Muitos estão trabalhando justamente na Câmara Municipal, pressionando de perto os vereadores do Recife.

Com a aprovação das emendas que estão sendo apresentadas na Lei Orgânica, isto será regra.

Acaba-se a possibilidade de negociação administrativa.

O polêmico projeto de emenda à Lei Orgânica foi apresentado pelo petista Jurandir Liberal, que ficou em uma encruzilhada.

Além de Liberal, os vereadores Priscila Krause e João Alberto foram os primeiros a trabalhar a favor do pagamento do piso salarial a engenheiros e arquitetos da Prefeitura da Cidade do Recife.

Sofrendo pressão do prefeito João Paulo, Liberal tenta recuar, retirando a emenda da Lei Orgânica, que está em análise na casa municipal.

Deve ir à votação nesta semana que entra.

Infelizmente, as várias reportagens que já saíram sobre o tema não desceram ainda aos detalhes, impedindo de mostrar que interesses pessoais ou sindicais estão se sobrepondo aos interesses coletivos, de toda a cidade.

A discussão da Lei Orgânica, em tese, não deveria servir para que se debatesse o futuro de uma cidade melhor?

Nesta linha, seria bom, por exemplo, que a representação local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se posicionasse sobre o assunto.

Será que é constitucional que uma categoria coloque na constituição do município qual é o salário que gostaria de receber?

Tenho minhas dúvidas.

A outra questão que está gerando polêmica na votação da Lei Orgânica, a casuística proposta do vereador Antônio Luiz Neto, do PTB, em torno da estabilidade financeira, já foi esclarecida pelo Blog de Jamildo, na sexta-feira.

Releia aqui.