Da Editoria de Cidades do Jornal do Commercio As condições físicas das escolas e creches municipais do Recife serão alvo de investigação de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

O procedimento foi motivado por um dossiê apresentado ao órgão, ano passado, pelo Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere).

No documento, o Simpere afirma que há colégios com espaços inadequados, poucas áreas de recreação e turmas superlotadas, entre outros pontos.

A rede municipal tem atualmente cerca de 140 mil alunos, 5,2 mil professores e 292 escolas e creches.

As Promotorias de Justiça de Defesa da Educação e do Patrimônio Público, responsáveis pelo inquérito, solicitaram à Secretaria de Educação do Recife que envie, em 15 dias úteis (a contar da notificação, datada de terça-feira passada), informações sobre a distribuição da merenda escolar e os critérios para escolha das empresas que fornecem alimentação para a rede.

Pedem também a lista com nome e endereço de todas os colégios e creches, com as modalidades de ensino oferecidas, quantidade de alunos, turmas e espaço físico existente.

Querem ainda a relação com as obras de engenharia realizadas nos prédios escolares no ano passado e este ano e um diagnóstico que a secretaria afirmou ter sobre a situação da rede. “O relatório do Simpere mostra salas impróprias para aulas, espaços com pouca iluminação e ventilação e escolas com precária infra-estrutura.

Por isso, decidimos instaurar o inquérito e pedir esclarecimentos à Secretaria de Educação.

Depois vamos inspecionar algumas unidades”, explicou a promotora de Educação Katarina Gusmão.

Para o Simpere, a investigação do MPPE será importante para melhorar a qualidade do ensino. “Nossas três principais preocupações são as condições físicas e estruturais das escolas, a superlotação das salas de aula e a qualidade da merenda.

Esperamos que a partir do inquérito haja mudanças na rede”, observou Cláudia Dias, uma das diretoras do Simpere.

A secretária de Educação do Recife, Maria Luiza Aléssio, recebeu com tranqüilidade a notificação do MPPE. “Reconhecemos que nossa rede precisa de investimentos, mas temos melhorado as condições das escolas.

Conhecemos todas as nossas unidades e sabemos dos problemas de cada uma.

Há, porém, duas limitações: orçamentária e territorial.

Nem sempre encontramos prédios ou terrenos adequados para implantar ou construir uma escola”, observou a secretária.

De 2001 para cá, segundo ela, 62 colégios tiveram novas sedes ou foram construídos.

Para este ano, a previsão de investimentos na expansão da rede física, manutenção e adequação dos prédios é de R$ 17 milhões, aproximadamente.