A temperatura está subindo na audiência pública que ocorre na manhã desta quinta (24), no plenário da Assembléia Legislativa, sobre denúncias de ocupação irregular dos apartamentos do Conjunto Habitacional Brasília Teimosa - entregues pelo ex-governador Jarbas vasconcelos em 2006.
As galerias estão lotadas e divididas entre pessoas ligadas à Comissão de Luta pela Justiça e Direitos dos Moradores de Brasília Teimosa, que fez as denúncias, e donos dos apartamentos, que reivindicam o direito de permanecer nos imóveis.
A audiência forneceu o cenário para mais um embate acalorado entre o líder do governo Isaltino Nascimento (PT), que convocou o encontro, e o líder da oposição, Pedro Eurico.
Cerca de 20 moradores de Brasília Teimosa, aí incluídas lideranças comunitárias, estão inscritos para falar.
A Comissão de Luta alega que foram beneficiadas com apartamentos no conjunto habitacional pessoas que fogem do perfil estabelecido à época da distribuição dos imóveis pelo Governo do Estado, em detrimento de idosos e moradores que têm deficiências físicas e mentais e hoje estão pagando aluguel.
Ainda de acordo com as denúncias, os beneficiados seriam pessoas ligadas a lideranças comunitárias que pertencem ao grupo político do ex-governador do PMDB.
O deputado Pedro Eurico rebateu as acusações e disse que a Comissão está querendo manchar o processo para se aproveitar de uma nova distribuição dos imóveis.
Cada intervenção na tribuna é acompanhada por aplausos calorosos de uma parte das galerias, dependendo da ala que se sente representada.
Um dos integrantes da Comissão de Luta, Geraldo Júnior dos Santos, mostrou documentos e recibos que comprovariam pelos menos duas ocupações irregulares.
Uma beneficiando Márcia Leandro dos Santos, que mora na Suíça, mas recebeu um apartamento no conjunto.
Márcia é filha da líder comunitária Elides Queiroz, ligada a Jarbas.
A outra ocupação irregular comprometeria a senhora Maria Verônica da Silva, que recebeu um apartamento, embora já possua uma casa na Rua Francisca Passos, número 48, na comunidade.
Quem também falou na audiência foi o diretor-presidente da Companhia Estadual de Habitação e Obras de Pernambuco, Jorge Carrero.
Ele disse que até hoje o conjunto não tem licença de construção e, conseqüentemente, não pode tirar o habite-se nem organizar condomínio.
Segundo Carrero, a obra é diferente do que previa o projeto original.
Não tem playground, por exemplo.
E apresentar problemas no calçamento, drenagem e abastecimento d´água.