A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) sai em defesa do diretor do Colégio Dom Vital, Ricardo Luiz Ferreira Araújo, afastado do cargo pela Secretaria de Educação.

Veja a íntegra da nota da deputada: Diretor apagado da fotografia Nos tempos de Stalin, na União Soviética, ficaram famosas as fotografias antigas, decodificadas a mando dele, para excluir pessoas que, por insubordinação às suas ordens, caíam em desgraça.

Há numerosas dessas fotos para comprovar a existência de “mortos-vivos” durante o regime stalinista.

Nos tempos atuais, algo parecido está acontecendo em Pernambuco, mais precisamente na Secretaria de Educação.

Porque deu uma entrevista acusando a falta de professores na escola, o diretor do Colégio Estadual Dom Vital, em Casa Amarela, Ricardo Luiz Ferreira Araújo, foi afastado do cargo, apesar de ter sido reeleito, através de eleição direta, com 90% dos votos da comunidade.

Para não assumir, abertamente, o motivo do “castigo” que foi imposto ao professor Ricardo, a secretaria deu uma explicação que busca, não só se livrar do diretor “inconveniente” que fala a verdade, como macular sua vida profissional: informou que o afastamento se deu por ele haver convivido com um professor de educação física que não dava aulas, sem denunciar o mesmo à secretaria. É difícil imaginar que um diretor que corre o risco de expor para o público a falta de professores, tenha sido conivente com outro que não dava aulas.

A explicação veio do próprio ao blog do Jamildo.

Disse que comunicou sim à Gere – Gerência de Educação – e que não podia controlar o ponto do mestre porque a escola passou meses ocupando outros prédios já que o original estava em reformas e não se podia, nessas condições, ministrar aulas de educação física.

Outro ponto grave do caso do professor Ricardo é que ele, por lei, tendo sido eleito em pleito direto, só poderia ser afastado depois de inquérito administrativo.

Mas aconteceu o contrário.

Primeiro o afastamento e depois o inquérito, certamente com resultado previsível: a condenação do diretor que não concordou em livrar a pele do secretário, assumindo, em nome dele, a falta de docentes.

Como acontecia nos tempos de Stalin, o diretor saiu do cargo e, agora, ameaçam obrigar a comunidade de Casa Amarela, que nele votou, a esquecê-lo, apagando sua imagem da fotografia oficial.

Terezinha Nunes