Acaba de ser votado na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional o relatório preliminar do deputado federal João Leão (PP-BA) para a Lei de Diretrizes Orçamentárias 2008.
A sessão foi um bom exemplo do clima que impera no centro do poder.
Antes da reunião, os líderes tiveram uma reunião e convenceram o deputado baiano a retirar de sua proposta a inclusão de um anexo de metas.
Ele aproveitou e, já que não era mais com ele, diminuiu os valores dessa peça, que caíram de R$ 37 bilhões para R$ 26,4 bilhões.
A mudança ocorreu depois de o deputado Paulo Rubem (PT-PE) denunciar os superpoderes da Comissão Mista de Orçamento e colocar entre as metas do grupo de trabalho que irá investigar a legislação anti-corrupção a maior participação popular no processo de planejamento e execução dos orçamentos públicos.
Durante a reunião, o assunto que imperou foi corrupção e a Operação Navalha.
Paulo Rubem disse que era preciso aproveitar o momento para dar mais poderes aos órgãos investigativos e melhorar a legislação anti-corrupção, especialmente favorecendo a transparência.
João Leão respondeu dizendo que nunca em sua vida tinha visto um deputado, qualquer que fosse, “propor coisa que não seja correta”.
Mas a verdade é que o relator foi obrigado a diminuir seus poderes pelos líderes, que sentiram a pressão popular, após mais uma operação da Polícia Federal.
Vários outros deputados falaram abertamente sobre o que os estava preocupando naquele momento, o tema da corrupção, e o orçamento foi votado rapidamente.
Afinal, ninguém estava muito atento a isso mesmo.