Os técnicos do TCU também pediram que o relatório da auditoria fosse encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, tendo em vista possíveis irregularidades eleitorais, mas o ministro do TCU Valmir Campelo foi cauteloso e não aceitou a solicitação.

No seu voto, o ministro promete avaliar essas questões quando da análise do mérito, ainda sem data para julgamento.

No relatório, os técnicos afirmam que identificou-se até mesmo a utilização ilegal do termo de referência entre o MCT e a Sercap para favorecimento político de então candidatos a cargos eletivos, nas eleições passadas.

Cita especificamente o então candidato Eduardo Campos, além dos aliados Carlos Lapa (candidato a deputado federal pelo PSB, não eleito) e Carla Lapa (candidata a deputada estadual pelo PSB, eleita).

Segundo o relatório de auditoria, quando da inauguração da unidade de inclusão digital de Carpina, houve um verdadeiro comício dos referidos candidatos. “Os promotores do evento, no discurso, passaram à população presente a impressão de que esses políticos teriam levado aquela unidade à cidade, atribuindo-lhes o mérito do empreendimento (que é federal, não pessoal)”, frisa o relatório.

As apostilas dos cursos também traziam o nome dos candidatos, em destaque. “Há uma manifesta afronta ao princípio da moralidade”, reclamam os técnicos, citando ainda que a lei que regula as Oscips veta a participação em campanhas de interesse político partidário ou eleitoral.