O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, deve ser afastado do cargo nesta terça (22).
No Palácio do Planalto, fala-se em demissão, pura e simples.
Entre os padrinhos políticos da indicação de Rondeau para o ministério - o principal deles é o senador José Sarney (PMDB-AP) - havia ainda a busca de uma saída, segundo a qual o ministro pediria licença até que todos os fatos sejam apurados.
Seria a tentativa de uma saída honrosa, visto que nem o grupo de Sarney acredita que, a esta altura, haja salvação para o ministro.
Rondeau é apontado pelas investigações da Polícia Federal como suspeito de ter recebido, no ministério, R$ 100 mil de propina do empresário Zuleido Veras, dono da empreiteira Gautama.
Zuleido e outras 46 pessoas foram presos na semana passada, sob a acusação de organizarem uma máfia que fraudava licitações de programas como o Luz para Todos e se preparava, agora, para atacar também os empreendimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento.
No Ministério das Minas Energia, a situação de Rondeau era considerada “crítica” porque as provas da Polícia Federal sobre o envolvimento do assessor especial, Ivo Almeida Costa, são consideradas “consistentes” e “demolidoras”.
O envolvimento de Costa - que trabalha há mais de uma década na condição de homem de confiança de Rondeau - com o lobista da Gautamo, Sérgio Sá, é considerado comprometedor.
As gravações da PF mostram que os movimentos de ambos dentro do Ministério das Minas Energia não podem ter acontecido sem o conhecimento do ministro.
A PF também não tem dúvida, pelas imagens e grampos efetuados, que Sérgio Sá tratou com Ivo Costa da liberação de obras públicas e de propinas que eram do conhecimento de Rondeau.