Depois de prender dois integrantes de uma quadrilha que atuava na favela do Bode, no Pina, acusados de envolvimento no assassinato do psicanalista Antônio Carlos Escobar, ocorrido em dezembro de 2005, o serviço reservado de inteligência da Polícia Militar teria conseguido deter agora há pouco o menor suspeito de ter feito o disparo.
De concreto, no entanto, até o momento, só a prisão de Márcio André Aguiar, 26 anos, apontado como líder do bando, sua mulher (cujo nome não foi fornecido) e Gilmar Ângelo da Silva, 18 anos.
Márcio e a mulher foram presos no último sábado (19).
Gilmar, na manhã desta segunda (21), portando uma pistola, além de pequena quantidade de maconha e crack.
Também conhecido como Ninho, ele tinha fugido da unidade da Fundac do Cabo, no último dia 14 de abril, junto com o menor acusado de assassinar o psicanalista.
Nesse domingo, um outro integrante da quadrilha conhecido como Tiago foi morto em troca de tiros com a polícia, no conjunto Marcos Freire, em Jaboatão.
O psicanalista Antônio Carlos Escobar faleceu em 17 de dezembro de 2005, quando, munido pelo seu espírito de solidariedade, tentava alertar, acionando a buzina, duas mulheres que estavam sendo assaltadas em veículo parado no semáforo à frente de seu carro, na entrada da favela do Bode.
Um dos marginais disparou contra seu veículo e o atingiu fatalmente.
Após sua morte, familiares e amigos montaram um instituto que cobra mais ação do governo do Estado no combate à violência. “O Márcio André era o cabeça do grupo de marginais que fornecia armas aos menores”, disse o coronel Luiz Meira, diretor geral de operações da PM. “Foi um belo trabalho.
Nós passamos dois dias campanando, até realizarmos a prisão dele, na comunidade Maria Irene”, explicou. “O garoto que matou Escobar é pinto.
O chefe dos assaltos é esse Márcio André.
Os garotos recebem as armas e a missão de realizar os assaltos. É como um teste, para ver se eles têm coragem de praticar crimes.
Se praticam os assaltos, são aceitos como membros das quadrilhas”, afirmou.