Uma informação repassada na última sexta-feira pelo diretor-geral de Operações da Polícia Militar, coronel Luiz Meira, abriu precedente para que a execução dos dois homens suspeitos de matar o soldado Edjasme Guedes dos Santos seja atribuída a policiais militares do 9º Batalhão, localizado em Garanhuns, no Agreste.
O coronel Luiz Meira informou ao JC, pela manhã, que os acusados da morte do soldado Guedes teriam reagido à prisão ao serem cercados na divisa de Pernambuco e Alagoas e acabaram mortos.
Para que a informação fosse confirmada, Meira forneceu o telefone de seu irmão, o tenente-coronel Dílson Meira, comandante do 9º Batalhão.
No entanto, Dílson negou que o confronto tivesse existido e que não havia notícia do paradeiro dos suspeitos.
Ontem à tarde, o coronel Luiz Meira se justificou, dizendo que houve uma falha de comunicação na sexta-feira e que recebeu uma notícia de um assistente do comandante-geral e a repassou à imprensa antes de checar. “Fui informado de maneira errada.
A história do confronto não procedia”.
Sobre o fato de os dois homens terem aparecido mortos e com sinais de tortura, Meira se esquivou: “Não tenho confirmação disso.
Você quem está me dizendo”.
O tenente-coronel Dílson Meira declarou, ontem, ao Blog de Jamildo, que a execução dos dois homens suspeitos de matar o soldado Edjasme Guedes dos Santos pode ter sido resultado da iniciativa isolada de policiais amigos do PM. “Operação oficial não houve”, assegurou o tenente-coronel. “Mas muitos policiais, às vezes, saem para vingar o companheiro morto”, admitiu.
O episódio ocorrido no interior não repercutiu no Recife, no fim de semana.
Na noite de sábado, o coronel Luiz Meira foi homenageado com um jantar no Restaurante Boi Preto, no Pina, Zona Sul.
Compareceram 395 pessoas entre políticos, policiais militares, parentes e amigos do oficial.
O evento foi classificado como um ato de desagravo por causa da polêmica que a promoção de Meira gerou entre os movimentos sociais, que o consideram um policial que não respeita os direitos humanos.