Além do pessoal da área de direitos humanos, o coronel Meira, novo diretor geral de Operações da PM, está enfrentando uma forte resistência interna. É que ele tomou a decisão de mandar de volta para a rua os oficiais que estão hoje trabalhando na chamada assistência militar, junto ao TJPE, Tribunal de Contas, Ministério Público, Assembléia Legislativa, Prefeitura da Cidade do Recife e até a própria SDS.

Meira solicitou dos presidentes dos poderes comprensão e eles ficaram de dar retorno, logo depois que assumiu.

A iniciativa objetiva trazer o pessoal mais novo e preparado para as ruas.

Esses postos são ocupados hoje por oficiais com patente de major, em sua maioria.

No lugar, podem ser nomeados coreonéis da reserva, com reforço da guarda patrimonial.

De volta a rua, esses oficiais poderiam ajudar a cuidar da tropa, reforçando a segurança ao público.

A resistência existe porque se alega que haveria fragilização da segurança, com a troca.

O coronel é criticado porque também já passou por cargos assim, com Pedro Eurico e Djalma Paes, na Assembléia.

No fundo, a questão passa pelos salários.

Quem está nestes cargos, cerca de 300 oficiais, ganham uma gratificação de R$ 700. “É uma questão dos poderes ou da sociedade?”, questiona uma fonte da PM.

Em Pernambuco, um coronel na reserva ganha cerca de R$ 4 mil.

Em Alagoas, R$ 11 mil.

Com uma média de idade de 50 anos, esses oficiais poderiam substituir os oficiais da ativa, liberando mais homens para o enfrentamento do crime nas ruas, é o argumento principal apresentado pelo coronel Meira. “Hoje, quem entra na carreira militar, sonha em encaixar-se em um gabinete. É um erro da formação.

O policial aprende seu ofício nas ruas”, declarou, em entrevista ao Blog de Jamildo, no Dia das Mães.