Da Editoria de Política Do Jornal do Commercio A preocupação constante com o progresso de Petrolina era uma das bandeiras defendidas por José Coelho.
Depois de um longo período atuando apenas nos bastidores da política, no segundo governo de FHC José Coelho ocupou uma cadeira no Senado, em substituição a José Jorge (PFL), de quem era suplente e que se afastou do cargo para assumir o Ministério das Minas e Energia.
Nessa época, brigou pela duplicação da Ponte Presidente Dutra, que liga Petrolina a Juazeiro (BA).
Nas décadas de 50 e 60, foi vereador (sua estréia na política) e prefeito por duas vezes.
Depois dessas duas fases atuando na linha de frente, passou a se preocupar com as carreiras políticas dos familiares – o deputado estadual Geraldo Coelho, do ex-deputado federal Osvaldo Coelho (DEM) e, principalmente, do filho, Ciro Coelho (DEM), deputado estadual pela segunda vez. “Mesmo doente, ele me ligava toda semana, sempre pedindo para fazer algum pronunciamento na Assembléia sobre energia, água, agricultura entre outros assuntos”, disse Ciro.
Nos anos 70, foi fiel escudeiro e conselheiro de outro irmão, o ex-senador e ex-governador de Pernambuco Nilo Coelho, morto em 1983, de infarto.
Segundo Geraldo Coelho, José “foi o filho desbravador” dos negócios ao lado do pai, coronel Clementino Coelho, Seu Quelé.
Na política, assumiu o primeiro mandato de prefeito numa época em que Petrolina tinha 30 mil habitantes. “Era um construtor de obras e amizades que não se desfaziam jamais”, observou Geraldo.
Se fosse pelo ex-senador José Coelho, a união dos que fazem a política há mais de meio século na tradicional família Coelho já havia sido selada.
Não por acaso, nos últimos anos, ele trabalhou pela reaproximação do clã, dividido em dois grupos políticos.
A primeira manifestação em defesa da união ocorreu em 2003, no enterro do irmão Paulo Coelho – pai do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra.
O racha da família se deu em 1986, quando Paulo e Fernando decidiram apoiar o então candidato a governador Miguel Arraes ao governo.
Do outro lado, ficaram José, Osvaldo e Geraldo Coelho, que apoiaram José Múcio.
No sepultamento de Paulo, José discursou e declarou que já era tempo de se refazer os laços de união da família. “De fato ele sempre defendeu essa união, mas, agora, os outros é que devem cuidar disso, o que pode ocorrer sem barreiras, como as nuvens que vão se juntando na hora certa”, declarou o irmão e deputado estadual, Geraldo Coelho.
O ex-senador também ficou conhecido por seu lado festivo.
Sempre no domingo e terça-feira de Carnaval costumava colocar uma orquestra na sua caminhonete e percorria as ruas da cidade se divertindo ao som de muito frevo.
Vez ou outra, também promovia cafés da manhã e almoços em casa para reunir amigos e contar suas histórias.