Por Emanuel Andrade Para a Editoria de Política do JC A Catedral de Petrolina, um dos cartões postais da cidade, ficou pequena, na manhã deste domingo (20), para acomodar familiares, políticos e amigos que foram assistir à missa de corpo presente e dar o último adeus ao empresário e ex-senador José Coelho, que morreu na manhã de sábado, vítima de infarto, provocado por uma hipotensão arterial grave.

Sobre o caixão, os filhos fizeram questão de colocar as bandeiras do Brasil, de Petrolina e do Flamengo, time do qual era torcedor.

A celebração foi conduzida com mensagens de carinho e amizade, reforçando a determinação que era a marca do ex-prefeito, que, no primeiro dos seus dois mandatos, construiu o prédio onde ainda hoje se acomoda a prefeitura da maior cidade do Sertão.

O prefeito Odacy Amorim decretou luto por três dias no município e destacou que, embora não conhecesse a atuação política de José Coelho no passado, “porque era criança”, viu de perto a contribuição econômica dada à cidade enquanto empresário.

Durante a missa, curiosos insistiam em ver de perto o rosto do ex-senador.

Desde fevereiro, Coelho vivia em sua casa, recuperando-se de um AVC que o deixou internado por 15 dias na UTI do Hospital Neurocárdio. “Seu José Coelho era um homem trabalhador e ajudava a todos que lhe pedissem qualquer coisa.

E não era daqueles políticos de insistir por votos”, comentou a aposentada Francisca Albertina Lima.

Após a missa, o cortejo seguiu pelas ruas do Centro que dão acesso ao Cemitério Central com centenas de pessoas acompanhando a pé.

Na chegada, uma surpresa: uma bandinha de frevo – que era outra paixão de José – aguardava na entrada, entoando uma rápida seqüência de frevos e marchinhas, incluindo Cidade Maravilhosa.

Durante o Carnaval, José Coelho costumava colocar uma orquestra na sua caminhonete e percorrer as ruas da cidade, ao som de marchinhas. “José Coelho era, sem dúvida, o mais animado de todos.

Um homem determinado, coerente e brigão por Petrolina.

Quando esteve na Prefeitura, foi ele quem abriu novos horizontes para o progresso dessa cidade ao arregimentar recursos de fora”, comentou o irmão e empresário Augusto Coelho.

Pouco antes do sepultamento, o ex-senador recebeu, já próximo do jazigo do clã Coelho, mais uma homenagem: uma salva de tiros, executada por soldados do 72º Batalhão da Infantaria Motorizada do Exército, que já lhe conferiu uma medalha de honra ao mérito.

Sob um sol escaldante, o caixão desceu à sepultura por volta do meio-dia, ao som do aboio A Morte do Vaqueiro, de Luiz Gonzaga, entoado por um membro do coral da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Anjos.