O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse em entrevista ao Programa Linha Aberta, da rádio CBN, que a manutenção da política de câmbio livre não surpreende o setor produtivo. “A questão cambial é uma restrição de curtíssimo prazo.
Na verdade, o Brasil precisa promover uma reforma estrutural e isso não se faz em pouco tempo”, afirmou.
Na avaliação do presidente da CNI, o país fez avanços importantes nos últimos anos. “Tivemos uma melhora no ambiente macroeconômico, e o Brasil tem hoje condições de mudar o patamar de crescimento, mas há dificuldades que devem ser enfrentadas.” Monteiro Neto admitiu que um desses obstáculos é a desvalorização do dólar, cuja cotação fechou a R$ 1,954, o menor valor desde o início de 2001. “Precisamos atenuar os efeitos dessa situação no câmbio para que o Brasil não perca empregos em áreas importantes”, destacou.
Por isso, ele defendeu a adoção de medidas como o aumento de alíquotas de importação para proteger os setores intensivos em mão-de-obra da concorrência com os produtos estrangeiros.
Entre esses setores estão o têxtil, o de vestuário e o moveleiro, que sofrem com a valorização do real frente ao dólar. “Reconhecemos que são medidas precárias, não são soluções estruturais, são apenas emergenciais para dar uma sobrevida a esses setores”, afirmou.
Segundo Monteiro Neto, os desafios impostos pela desvalorização do dólar diante do real também exigem medidas das empresas, como investimentos em inovação, redução de custos e melhoria do padrão de gestão.