Em Moreilândia, no Sertão, uma mãe entrega a filha de 12 anos para que um homem de 70 possa usá-la sexualmente.

Em Trindade, na mesma região, os pais permitem que o “cliente” abuse da filha de 8 anos na casa deles.

As histórias, que chocaram os integrantes da Caravana do Conselho Regional de Medicina, vão constar no relatório que o grupo pretende levar ao governo do Estado, Presidência da República e ONU.

Segundo o coordenador da caravana, médico Ricardo Paiva, o delegado e a representação do Ministério Público em Moreilândia sabem do caso.

O relatório preliminar, divulgado ontem à imprensa, contém o nome da mãe e do homem de 70 anos que abusa da criança. “A prostituição infantil foi constatada nas outras edições da caravana, mas dessa vez tivemos a impressão de que ela avançou.

Pais oferecendo os próprios filhos surpreenderam todos nós”, avaliou Mario Fernando Lins, presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco e integrante da caravana. “Não sabia que uma mãe teria a capacidade de entregar a criança na casa do homem que vai abusar dela.” Segundo Mário, a prostituição das crianças, induzida pelos pais, atinge meninas e meninos.

Os pais oferecem os filhos em troca de serviços prestados por terceiros.

A prostituição não é exclusividade das duas cidades citadas.

A caravana detectou também índice alto da prática em Verdejante, Sertão, no bairro Padre José de Maria, e em Bodocó, na mesma região.

Outro problema que chamou a atenção da caravana foi o estado dos hospitais.

Num deles, não havia necrotério e os cadáveres ficavam na cozinha.