Se o crime organizado está diretamente envolvido com a questão da terra no Brasil, em Pernambuco essa realidade é brutal.

A avaliação é da superintendente demissionária do Incra no Estado, Maria de Oliveira, que nesssa sexta (11) fez um balanço de sua passagem pelo órgão. “Além de plantador de maconha, o Estado é forte no armamento clandestino, forte na prostituição, forte na exclusão social”, disse a ex-superintendente.

A cadeia produtiva do crime se distribui por todo o Estado de maneira muito clara, segundo Maria de Oliveira, que só anda escoltada por dois agentes da Polícia Federal.

O sertão é o centro produtor da maconha, principal mercadoria da engrenagem.

O Agreste é onde se dá o beneficiamento e o estoque de armas que garantem a força dos bandidos.

A Região Metropolitana, o pólo consumidor.

Este é o cenário que o superintendente interino do Incra Pernambuco, Francisco José Nascimento, vai enfrentar quando assumir o órgão na semana que vem. “Vou fazer uma transição, vou mostrar a ele o que está em andamento”, garantiu Maria de Oliveira. “Em Pernambuco é preciso ter uma política fundiária forte”, avaliou, renovando as críticas ao ministro do Desenvolvimento Agrário Guilherme Cassel que, segundo ela, é vacilante na condução da reforma agrária no país.