Por Amanda Tavares Do Caderno de Suplementos Muitos professores presentes à segunda Assembléia Geral dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, realizada nesta quinta-feira à tarde, no auditório Tabocas, no Centro de Convenções, saíram insatisfeitos.
As reclamações eram por causa da falta de espaço para acomodação e, principalmente, pela demora dos líderes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe) em abrir as discussões das pautas por causa da presença de políticos no local.
A assembléia teve início com os informes dados por uma integrante do Sintepe.
Logo em seguida, falou o deputado federal Paulo Rubem (PT), depois a deputada estadual Teresa Leitão e ainda o deputado estadual Luciano Moura (PCdoB).
Este chegou a incentivar os professores a acreditar nos projetos do governo federal, citando, inclusive, o Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado pelo presidente Lula, há algumas semanas. “Colocamos o nosso mandato à disposição da categoria”, concluiu.
Depois de mais de uma hora de pronunciamentos, ao perceber que o início da discussão ainda ia demorar, muita gente começou a deixar o auditório. “Eles pensam que professor é uma categoria muito burra.
Cheguei tarde, mas fiquei apenas dez minutos aí dentro. É o suficiente, não dá para ficar escutando essas conversas”, desabafou um docente que se identificou apenas como Jorge.
O professor Flavenildo Ribeiro afirmou que costuma ir às assembléias, mas os encontros sempre acontecem dessa maneira. “Não acredito que vá se discutir nada daqui.
Desde que cheguei, só ouvi políticos e membros do sindicato falando de assuntos diversos, mas nada de pauta.
Acredito que isso seja estratégia deles.
A idéia é dispersar para que, no final, não se discuta nada.
Toda vez isso acontece”, reclamou.
De acordo com um dos representantes do Sintepe, Thiago Vasconcellos, a intenção de realizar a assembléia no auditório seria proporcionar uma melhor estrutura, já que no último encontro, realizado no IEP, houve problemas com o som. “O auditório comporta 900 pessoas.
As sentadas estão concentradas.
Quem está em pé é que está disperso.
Ninguém esperava que o som daqui não fosse audível para todo mundo.
Faremos a próxima assembléia no Teatro do Parque.
Só não fizemos esta porque o espaço não estava disponível”, argumentou.
Questionado pela reportagem a respeito da demora para se chegar à discussão das pautas, Vasconcellos justificou-se. “Os parlamentares vieram prestar sua solidariedade.
Inclusive Paulo Rubem e Teresa Leitão, deram informes pertinentes à categoria, de assuntos como Fundeb, e direitos trabalhistas.
Luciano Moura veio colocar seu mandato à disposição.
Visto que são os parlamentares que votam as leis, é importante a gente contar com a solidariedade deles.
A nós, esse parece um gesto importante, correto e direito”, salientou. Às 16h, quando a reportagem deixou o local, depois de quase duas horas de iniciada a assembléia, a discussão ainda não havia começado.
Na pauta, estavam assuntos como o reajuste salarial, a convocação dos professores aprovados no último concurso e a melhoria nas estruturas das escolas.