O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco requereu à Justiça Federal a condenação de nove pessoas acusadas de fraudar concursos vestibulares de universidades do Recife, João Pessoa (PB) e Belém do Pará (PA).

Nas alegações finais, última etapa do processo antes do julgamento, o procurador da República Luiz Vicente Queiroz argumenta que os documentos apreendidos, bem como os depoimentos dos envolvidos e testemunhas, não deixam dúvidas sobre a prática dos crimes.

Entre a documentação apreendida estavam carteiras de identidade originais e falsificadas dos candidatos aos vestibulares.

Conforme apurado pelo MPF, a maioria das fraudes era para ingresso no curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco.

O MPF pede a condenação dos acusados, denunciados em 2000, por falsificar documentos públicos, usar e contribuir para que terceiros usassem os documentos falsificados, bem como por formação de quadrilha.

Inicialmente, o MPF havia denunciado 12 pessoas, das quais sete eram alunos que contrataram o serviço fraudulento.

Porém, o crime atribuído a três desses estudantes já prescreveu, tendo em conta que o prazo prescricional é reduzido de metade porque eles eram menores de 21 anos à época dos fatos.

Dublês O mentor do esquema criminoso, Francisco Alves Godim Neto, com o auxílio de mais três pessoas, falsificava documentos para que o aluno interessado em passar no vestibular fosse substituído, na realização das provas, pelos chamados dublês pessoas pagas para fazer os exames.

Uma quinta pessoa também integrava o grupo como aliciadora dos dublês.

O interessado na aprovação abria uma conta bancária conjunta com Francisco Alves, na qual era depositado o valor cobrado para execução da fraude, que variava de 15 mil a 20 mil reais.

Se houvesse a aprovação no vestibular, o dinheiro era resgatado por Francisco.

Em caso contrário, o valor era devolvido ao candidato.

Cerca de 600 reais desse montante eram usados na falsificação dos documentos e outros 5 mil, pagos ao dublê.