Um dos trechos mais duros do discurso do senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, critica a diferença de tratamento da PF, no caso dos petistas envolvidos em fraudes em passado recente.
Veja: “O objetivo talvez seja alimentar o discurso do Presidente da República sempre iniciado com um “nunca antes na história do Brasil”.
Talvez o Presidente, numa dessas suas viagens pelo País afora, queira reforçar o improviso afirmando que a Polícia Federal no seu Governo prende grandes empresários, juízes, desembargadores, profissionais liberais.
E o que o Presidente da República e a própria Polícia Federal terão a dizer da não-conclusão, até hoje, do caso de Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil da Presidência da República?
Waldomiro nunca foi algemado ou preso, mesmo tendo sido flagrado com a boca na botija.
O mesmo se aplica ao Caso do Dossiê, montado pelos aloprados do PT em pleno período eleitoral do ano passado, marcado por acusações graves quanto aos procedimentos de investigação adotados pela Polícia Federal, que envolveram desde a coação de testemunha até a ameaça de demissão do delegado que, após semanas, divulgou as fotos do dinheiro.
Interessante notar que a prática ilegal do vazamento de informações, em alguns casos ensejam severas punições enquanto que em outros, são regra.
Isso sem mencionar a prisão em flagrante, “sem algemas”, em uma rinha de galos, do marqueteiro oficial, Duda Mendonça, que após uma ligação para o amigo ministro, conseguiu não só escapar à punição como punir os policiais que o prenderam.
Por isso fiz restrições ao fato do Ministério da Justiça ser entregue a um petista, um ex-dirigente partidário.
A opinião pública talvez não perceba o terreno movediço em que está pisando ao comemorar o espetáculo policial.
Pode estar repetindo o erro do vizinho na parábola da omissão.
Na parcela da população menos esclarecida, não tenham dúvidas de que, as recentes prisões atingiram o objetivo.
O autoritarismo encontra terreno propício para crescer na base da pirâmide, tão machucada pela impunidade e pela injustiça social.”