O Fórum Permanente pela Ética na Política, que reúne cerca de 30 entidades da sociedade civil, deve encaminhar, ainda esta semana, ao Ministério Público Federal, pedido de investigação das irregularidades apontadas pela Controladoria Geral da União em obras realizadas em presídios nas gestões dos ex-governadores Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho.

Segundo Luís Carlos Lins, membro da coordenação do Fórum e Coordenador Geral do Movimento de Trabalhadores Cristãos (a atiga Ação Católica Operária), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai se incorporar à iniciativa, emprestando sua assessoria jurídica.

Na próxima quarta (9), o Fórum se reúne para definir a questão.

O presidente estadual da CUT, Sérgio Goiana, já foi convidado para o encontro, que também deverá contar com a presença de entidade de defesa dos direitos humanos. "Nosso objetivo é fazer com que o dinheiro desviado seja ressarcido aos cofres públicos", afirma Luís Carlos Lins.

Como os recursos foram repassados ao Estado pelo governo federal, o pedido de aprofundamento das investigações será feito ao Ministério Público Federal. "O outro problema é saber qual foi a contrapartida do Estado, em cada uma das obras, para também garantir o ressarcimento dos recursos estaduais", lembrou Lins.

Para ele, o governo anterior teve toda a condição de apresentar suas explicações. "Isso ficou claro na resposta do Ministro Jorge Hage Sobrinho (Controle e Transparência) à nota assinada por Jarbas e Mendonça", avalia.

Segundo o coordenador do Fórum, a iniciativa de procurar o Ministério Público Federal também se justifica porque, no seu entender, a Assembléia Legislativa não está à altura de aprofundar a questão. "O debate na Assembléia se transformou num jogo de acusações mútuas, que tiram a força da própria situação", acredita. "Ali, tudo vira espuma".