Donos de carreiras artísticas de grande apelo popular, os cantores Gretchen e Reginaldo Rossi começam a trilhar agora caminhos semelhantes também na política.
Os dois pensam em ser prefeitos.
Gretchen, de Itamaracá, onde mantém uma casa há cerca de 10 anos.
Rossi, de Jaboatão dos Guararapes, seu domicílio eleitoral - embora no seu caso, também Itamaracá e até o Recife sejam apontadas por ele como possibilidades.
Gretchen já tem partido.
Há dez dias ela se filiou ao PPS, presidido no Estado pelo deputado federal Raul Jungmann, que não faz restrições ao projeto da cantora de se lançar candidata em Itamaracá.
Rossi ainda não é filiado a nehuma sigla. "Tenho simpatia por alguns partidos, mas falo sempre que o meu é o que defende as causas dos cidadãos”, afirma. “Não serei mamulengo de ninguém".
O cantor se diz incomodado com o troca-troca partidário, tão presente hoje a vida política do país. “Fidelidade é essencial.
Quem faz esse troca-troca são aproveitadores", acusa.
Curiosamente, tanto ele quanto Gretchen chegaram a manter contatos, este ano, com o deputado federal Inocêncio Oliveira, do PR - uma das siglas que mais cresceram no país, com a adesão de políticos, depois das eleições do ano passado.
Gretchen desistiu do PR porque seria obrigada a abandonar o projeto de conquistar a prefeitura.
No caso de Rossi, Inocêncio Oliveira chegou a dizer que não sentiu no artista entusiasmo suficiente para se entregar à atividade política.
De fato, mesmo pensando em subir no palanque, Rossi não quer se afastar do palco.
Se resolver mesmo seguir este novo caminho, será político de segunda a sexta e cantor nos finais de semana. “Você vai ficando mais maduro e passa a não admitir determinadas coisas, fica indignado", explica, avaliando a sua enventual candidatura. "Teve agora um monte de escândalo, dinheiro na cueca e outras coisas, e esse pessoal volta com uma votação grande.
Tenho vontade de trabalhar para mudar esse quadro”.
Rossi evita avaliar as pretensões da cantora Gretchen. “Conheço ela apenas como colega de trabalho.
Não posso comentar qual a sua visão de política.” Uma coisa é certa.
Assim como a Rainha do Bumbum, o Reginaldo Rei só admite entrar na política se for para concorrer a prefeito. “É mais a minha praia”, diz, descartando disputar uma vaga de vereador. (Com Gilvan Oliveira, da Editoria de Política do JC)