É preciso estar atento aos detalhes.

Deus está nos detalhes, dizem os sábios.

Não é uma simples assinatura de uma ordem de serviço a cerimônia convocada pelo governador Eduardo Campos, nesta quinta-feira, às 15 horas, no Palácio do Campo das Princesas, para o Aterro Sanitário do município de Ipojuca.

Técnicamente, a obra já foi licitada.

Não precisava chamar o prefeito Pedro Serafim, do PMDB, para nada.

Há 15 dias, o próprio governador foi à Ipojuca inaugurar o sistema de água novo da Compesa, convidando o mesmo prefeito para o evento.

Também não precisava, a rigor.

O que pouca gente sabe é que os dois já tiveram um encontro político reservado, há cerca de 15 dias.

O PSB não existe em Ipojuca e existem boas chances do prefeito aproximar-se mais ainda do atual governo, mesmo encarnando a aliança jarbista, na gestão passada.

Cadoca era o candidato federal por lá, João Negromonte, o estadual, e o senador foi Jarbas Vasconcelos.

Mas os tempos mudam e os governos precisam tocar obras para a população, do contrário podem não reeleger-se.

Também interessa a Eduardo Campos mais poder político em um município estratégico, sede da Refinaria e estaleiro Atlântico Sul.

Sem a boa vontade do município, muitos projetos podem ser atravancados.

Pedro Serafim tem até setembro, como todos os políticos, para decidir se fica ou sai do PMDB, com vistas a uma eventual reeleição.

O prefeito tem receio de ser acusado de adesista, mas está deixando a porta aberta para a aproximação.

Sempre teve ótimo relacionamento com Eduardo Campos, já esteve ao lado de Jarbas Vasconcelos, mas diz claramente que agora tudo é possível.

A obra, resultado de um convênio entre a Secretaria das Cidades e o Ministério da Saúde, em parceria com a Prefeitura da Ipojuca, beneficiará as comunidades de Ipojuca, Camela, Porto de Galinhas e Serrambi.

O custo total da implantação do aterro será de pouco mais de R$ 1 milhão e a previsão da obra é de 150 dias.

PS1: Leia a cobertura completa amanhã, na Editoria de Política.

PS2: Giovanni Sandes, entende agora porque o projeto hoteleiro da casa do governador, licitado na gestão passada, está sendo detonado?