A GloboNews e o site G1 dão como certo o afastamento do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina, investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento com a máfia dos bingos e caça-níqueis.

O afastamento deve ser anunciado ainda hoje.

A decisão teria sido tomada após virem a público escutas telefônicas em que ele conversa com um advogado e passa instruções sobre como proceder na defesa de um cliente.

O advogado do ministro, Antonio Carlos de Almeida Castro, explicou à GloboNews que o seu cliente estaria decidindo qual a saída jurídica para o caso, com base no regimento do STJ e na Lei Orgância da Magistratura Nacional (Loman).

O advogado descarta a hipótese de pedido de aposentadoria.

O irmão do ministro Paulo Medina, o advogado Virgílio Medina, teria negociado a venda de sentenças favoráveis a empresários do jogo.

O ministro passou o fim de semana recolhido em casa.

Com a decisão, caso os ministros do STJ abram processo disciplinar, Medina já estará afastado automaticamente das funções até a conclusão das investigações.

Nas gravações feitas pela PF, Paulo Medina teria antecipado seu voto no julgamento de uma ação e orientado os advogados do réu.

O ministro foi flagrado conversando com o advogado Paulo Mello sobre um pedido de habeas-corpus para um diretor do Minas Tênis Clube, Fernando Furtado Ferreira, acusado de usar uma carteira de policial falsa.

Medina pede detalhes do caso e informa que usaria, no julgamento do pedido de habeas-corpus, a tese de que Ferreira portava o documento, mas não se apresentou como policial.

O ministro destaca ainda a importância de o advogado fazer a sustentação oral durante a sessão de julgamento no STJ.

Veja aqui a reportagem do Jornal Nacional que mostra a conversa de Medina com o advogado Mello.