A secretária de Educação do Recife, Maria Luiza Alessio, confirmou agora há pouco, em entrevista ao repórter Sílvio Burle, o desligamento da professora Cláudia Ribeiro, que responde pela secretaria de imprensa do Sindicato dos Professores Municipais e havia colocado a Educação de João Paulo para brilhar no Jornal Nacional, com a denúncia de que na Zona Norte do Recife, mais precisamente em Casa Amarela, os estudantes têm aulas no Penedo Esporte Clube, bar dançante da comunidade, que funciona a 500 metros da sede do educandário Escola Municipal Draoniro Chaves Aguiar, no Alto Santa Isabel.

Lá, os alunos dividem o espaço onde estudam com projetores e globos luminosos, cortinas e palco. "A demissão ocorreu três dias antes deste epísódio, mas meu nome ficou em muita evidência desde o ano passado, quando fizemos o primeiro dossiê mostrando as mazelas na educação municipal.

Neste ano, no Carnaval, fomos o único sindicato que protestou com firmeza contra o escandaloso aumento do prefeito João Paulo", declarou Cláudia Ribeiro, no sábado.

Ela trabalhava na escola municipal Solano Magalhães, no Pina.

Na conversa com o Blog, a secretária municipal negou retaliação por parte da prefeitura.

Disse inclusive que não tinha como interferir diretamente no processo de avaliação da professora - que é feito semestralmente e de acordo com um mecanismo previsto em lei.

Cláudia Riberiro era professora concursada do Ensino Fundamental 1 do município (1a a 4a séries) desde 2002.

Mas ainda cumpria o estágio probatório, em que o profissional passa por avaliações periódicas até ser efetivado ou não na função.

No caso da rede municipal de ensino, essa análise de desempenho leva em conta critérios como assiduidade ao trabalho, qualidade e execução do projeto pedagógico do professor e participação na escola.

A avaliação é feita a cada seis meses pela direção, coordenação pedagógica e conselho escolar de cada escola, que reúne representantes de pais, comunidade e professores.

No final do estágio probatório, que para Cláudia aconteceu no 2o. semestre do ano passado, as avaliações são encaminhadas à Comissão de Efetivação, composta por um representante da Secretaria de Assuntos Jurídicos, um da Secretaria de Administração e um terceiro da de Educação.

Depois disso, a Secretaria de Educação envia o processo à Procuradoria de Assuntos Jurídicos do Recife que dá o parecer definitivo sobre o assunto. "O direito de defesa é garantido durante todo o processo", afirmou a secretária de Educação, que não soube informar se Cláudia Ribeiro ainda pode recorrer da decisão da prefeitura. "Não é ético discutir o mérito do que definiu a não efetivação da professora", explicou Maria Luiza Alessio. "Mas também não é ético desconsiderar as avaliações que ela recebeu da escola", disse.

A denúncia da escola-bar também foi publicada no Jornal do Commercio desta quarta-feira.

A mudança, ocorrida por causa do aumento da demanda de alunos na escola, tinha previsão de durar um ano, tempo estimado pela gestão da época para encontrar um novo espaço.

Desde a decisão, já se passaram 31 anos e, até ontem, eles continuavam estudando no estabelecimento.