Do Blog do Josias Se na quarta à noite, no Chile, Lula disse não estar preocupado com a CPI do apagão aéreo que o Supremo Tribunal Federal determinou a instalação, na Câmara, nos bastidores a história é outra.
Segundo revela o jornalista Josias de Souza, da Folha de S.Paulo, o Planalto determinou à base aliada na Câmara que não ceda um milímetro de espaço à oposição no comando da CPI.
Em diálogo com um ministro deputado, o presidente teria dito: “Não podemos permitir que essa coisa vire uma outra CPI dos Bingos.” O jornalista revela que o diálogo ocorreu no mesmo dia em que Lula dava a declaração no Chile, o mesmo em que o STF julgou pela instalação da comissão.
E a ordem não demorou a ser posta em prática.
Depois de se entender, pelo telefone, com o ministro Walfrido dos Mares, que se encontrava em Minas Gerais, o deputado José Múcio (PTB-PE), líder do governo na Câmara, reuniu-se com os líderes das legendas associadas à coalizão e foi traçada uma estratégia para tentar a oposição.
Definiu-se que o comando da CPI será integralmente governista.
A presidência caberá ao PMDB.
O relator será do PT.
Para prevenir-se contra o discurso de que o Planalto estaria esmagando a oposição, o líder do governo tem nas mãos uma pesquisa mostrando que, desde 1995, ano em que o presidente da República era o tucano Fernando Henrique Cardoso, todas as CPIs da Casa foram presididas pelo maior partido e relatadas por um representante da segunda maior bancada.
Não há, por ora, definição quanto aos nomes nem do presidente nem do relator da CPI.
Sabe-se apenas que serão submetidos ao crivo do Palácio do Planalto.
O PMDB já decidiu que apresentará, na próxima quarta-feira (2), uma relação de quatro nomes alternativos.
O PT deve fazer o mesmo.