Já entre os governistas, a estratégia será restringir a apuração à crise no tráfego aéreo.

O líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ), argumenta que, nesse aspecto, não cabe nenhum tipo de investigação sobre a Infraero. "A Infraero não tem nada a ver com controle do espaço aéreo brasileiro.

Se, por acaso, a CPI enfocar a empresa, estaremos discutindo outras coisas, mas não a crise do setor aéreo, porque a Infraero não administra o espaço aéreo brasileiro", justificou.

O vice-líder do governo deputado Henrique Fontana (PT-RS) está particularmente preocupado com a possibilidade de militares da Aeronáutica serem convocados para depor na CPI. "Nós vamos procurar trabalhar dentro do objeto.

A minha avaliação é que devemos procurar evitar um depoimento desse tipo que foi desenhado: um controlador de vôo sentado de um lado e o Comando da Aeronáutica de outro.

A CPI não deve oferecer esse tipo de espaço, na minha opinião." Fontana avalia que a CPI do Apagão Aéreo terá pouco serviço a mostrar, já que as investigações estariam avançadas por parte dos órgãos do Executivo.

Segundo ele, o governo já tem o diagnóstico de que a crise aérea foi provocada por questões salariais e de condições de trabalho dos controladores de vôo e também pela quebra da Varig.

Fontana afirmou ainda que o governo vem investindo mais em equipamentos de segurança de vôo.