A deputada oposicionista Terezinha Nunes (PSDB) bateu forte no Governo do Estado nesta quarta (25), durante audiência pública realizada na Assembléia Legislativa sobre a interdição de 72 escolas da rede estadual de ensino. "Minha gente, nós estamos no céu", disse, referindo-se ao fato de que apenas 72 escolas de um universo de mais de mil foram interditadas pelo governo para recuperação dos telhados.
Segundo ela, o governador Eduardo Campos faz muito barulho em cima de um trabalho que deve ser permanente e corriqueiro. "Problema é para ser enfrentado e não para a gente ficar choramingando", disse, dirigindo-se ao secretário de Educação Danilo Cabral que antes havia feito uma exposição sobre o tema. "Se o senhor encontrou 72 escolas com problemas é porque não deu tempo do governo Jarbas e Mendonça recuperar tudo", afirmou.
Segundo ela, ao assumir o governo em 1999, Jarbas Vasconcelos teria encontrada 417 escolas em situação precária deixadas pela administração de Miguel Arraes.
Na audiência, o secretário Danilo Cabral apresentou fotos das escolas interditadas e reafirmou que o atual governo pediu, mas não recebeu da equipe de transição de Jarbas e Mendonça informações sobre a situação da rede estadual de ensino.
Ele voltou a defender a interdição e a dispensa de licitação para as obras.
Cabral entregou aos deputados os laudos técnicos da Secretaria de Educação e da Codecipe sobre as unidades escolares.
MERENDA O secretário adiantou que o governo continuará distribuindo a merenda escolar para os estudantes do ensino fundamental que estudam nas 72 escolas com problemas.
A medida alcança cerca de 30 mil alunos, dos 68 mil que estão sem aulas por causa da interdição.
Os locais onde a merenda continuará sendo distribuída ainda estão sendo definidos pelas Gerências Regionais de Educação.
Danilo Cabral também foi procurado na manhã desta quarta pelo Presidente do Sindicato das Instituições Particulares de Ensino do Estado, José Ricardo Diniz, que prometeu contribuir para que parte dos estudantes das 72 escolas não fique sem aula.
A idéia é identificar nas localidades próximas às unidades interditadas, espaços privados para receber professores e alunos da rede estual, diminuindo o período de interrupção das aulas.
De qualquer modo, de acordo com o secretário de Educação, 36 das 72 escolas, já identificaram espaços alternativos para dar continuidade às aulas que foram paralisadas desde a última segunda-feira.
Segundo ele, 42 escolas deverão ficar interditadas por 30 dias, 22 por 60 e 8 por até 3 meses.