Por José Otávio de Meira Lins* Mais uma vez sou procurado pela imprensa para opinar sobre o que o novo aumento da Celpe representa para o setor de hotelaria.

Esta é uma situação chata como aquelas quando comentam com você alguma coisa desagradável que você quer esquecer mas alguns insistem em voltar a relembrar.

Tenho que repetir que o setor já efetuou toda troca possível de equipamentos para os mais modernos e de menor consumo.

Tenho que repetir que nenhuma atividade comercial - muito menos a hotelaria - conseguiu subir seus preços em mais de 260% para acompanhar o apetite da Celpe.

Tenho que repetir que quando esse martírio sem fim começou, a conta de energia de um hotel representava apenas 4% de seu faturamento e hoje já está em 15%, mesmo com nosso consumo tendo caído em mais de 45% (graças exclusivamente às medidas tomadas pelos hoteleiros às suas próprias expensas).

Em vez de opinar sobre o reajuste, prefiro dizer como me sinto com mais este aumento - que não será o último: me sinto como um servo, no feudalismo, quando o cobrador do senhor feudal vinha cobrar a "Talha" (50% de toda a produção).

Meu único alento é saber que depois deste período (a época feudal) veio a Revolução Francesa. (*Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Pernambuco - ABIH/PE)