Os deputados que tomaram parte da audiência pública sobre o reajuste da Celpe combinaram que vão manter a Celpe sob a mira.
Numa roda, deram entrevista afirmando que não estavam satisfeitos com o aumento, apesar de reduzido. "Não me conformo.
Deveria ser um reajuste negativo", afirmou Ana Arraes, do PSB.
O deputado federal Maurício Rands, do PT, defendeu que fosse solicitada uma revisão extraordinária da tarifa, com o objetivo de separar os custos da Celpe e Termopernambuco. "Queremos evitar novos Valdivinos", afirmou, numa referência ao comerciante falecido na semana passada.
Após a saída dos deputados, concluída a reunião da diretoria da Aneel, o diretor-presidente, Jerson Kelman, explicou que a tal revisão extraordinária somente poderia ser solicitada pela concessionária, a Celpe. "Além disto, não seria razoável abrir uma exceção para Pernambuco", esnobou.
Segundo Sérgio Leite, nesta semana que entra, mesmo com um aumento reduzido, os deputados ainda estariam interessados em criar uma CPI para apurar a empresa. "É um consenso na casa".
No entanto, a deputada do PSDB Terezinha Nunes disse que não há certeza de base jurídica, como um fato concreto, para a criação da CPI.
Para Ana Arraes, um dos pontos que podem ser investigados é a questão da fiscalização das perdas. "Em 2005, as perdas comerciais eram 6,5% dos custos da Celpe.
Pediu-se uma fiscalização e nada foi feito pela Aneel.
Em 2006, esses custos subiram para 12,5%.
Não se fez a fiscalização novamente", explicou.
Na reunião de hoje, a Aneel prometeu acompanhar os números das perdas, depois de ter dito que já formalizou metas, a serem perseguidas até a nova revisão, em 2009. "As denúncias feitas aqui serão levadas em consideração", afirmou Jerson Kelman.