O presidente da Aneel, Jerson Kelmann, depois de bombardeado durante toda a reunião do reajuste da Celpe, não perdeu a oportunidade de fustigar o governador Eduardo Campos, ao falar dos custos dos impostos sobre a conta de energia. "Já sabia que seria a situação que teríamos que viver, mas temos a consciência de que fizemos o melhor", citou, logo após o fim da reunião de diretoria que homologou o aumento da Celpe. "A nossa sina é desagradar os consumidores, os investidores e os governos", brincou, explicando o que seria o papel do regulador.

Na sua avaliação, a longa audiência, apesar das críticas dos parlametares locais, foi muito boa porque deu oportunidade para que a Aneel explicasse como procede. "Não temos muita margem de liberdade.

Só os impostos estaduais pagam mais do que a empresa recebe com as operações", frisou, numa observação que pode ser entendida como uma indireta para o governo do Estao. "Penso que a intenção (de baixar o ICMS) deve ser festejada e servir como exemplo para outros governos".

Para Kelmann, a conta de luz não cabe no bolso. "Mas nós (da Aneel) não temos muita margem de liberdade e as pessoas precisam tomar mais informações sobre tributos", afirmou. "Também não é fato que a tarifa em Pernambuco seja uma das maiores do país", contou. "Pelo que sei, é a 27a. entre 64 concessionárias".

Sobre o pedido de uma revisão tarifária extraordinária encaminhado pelos parlamentares pernambucanos que estiveram presentes à reunião da Aneel nesta terça (24), em Brasília, Kelmann justificou que isso só pode ser feito por solicitação da própria Celpe. "Não achamos razoável abrir exceção para Pernambuco", afirmou.

A bola está com Eduardo.

E estamos acompanhando.