No início da noite desta terça (24), a Celpe divulgou nota oficial sobre o reajuste na conta de energia definido hoje pela Aneel.

Em 9 parágrafos, relaciona os índices, faz simulações sobre o que o reajuste representa nas contas dos consumidores residenciais e deixa um recado velado para o governo estadual: "Os encargos setoriais e tributos têm uma grande participação na conta de energia, representando 31,6 %" - considerando-se um consumidor médio.

Ainda de acordo com a companhia, a compra de energia que ela efetua no mercado responde por 30,07% e a transmissão, 3,80%. "Cabem à Celpe os 29,71% restantes para cobrir os custos de operação, manutenção, administração do serviço e remuneração dos investimentos".

SIMULAÇÕES Os consumidores de baixa tensão, para os quais ficou definido reajuste de 0,79%, correspondem, segundo a companhia, à quase totalidade de seus clientes (99,8%).

São as residências, o pequeno comércio e a pequena indústria.

Cerca de 51% do total de clientes da Celpe estão incluídos na tarifa residencial baixa renda, com consumo médio de 60 kWh por mês.

Eles terão aumento de 10 centavos na conta. "Para os demais clientes residenciais, que representam 35% de todos os consumidores da empresa, o aumento na conta será, em média, equivalente a 86 centavos", garante a Celpe.

No caso dos consumidores industriais e comerciais de médio e grande porte (alta tensão), que enfrentarão um índice médio de reajuste na casa de 5,68%, a nota da Celpe não faz simulações.

Diz apenas que, para eles, o reajuste foi maior devido ao processo de realinhamento tarifário estabelecido para todas as distribuidoras pelo Decreto Presidencial nº 4.667 , de 4 de abril de 2003.

E completa, com ironia: "com esse realinhamento, os consumidores comerciais e industriais deixam gradativamente de ser subsidiados pelos consumidores residenciais".

O processo de realinhamento de tarifas da Celpe só erá concluído em 2008.