O governador Eduardo Campos, em função da liturgia do cargo, não pode sair por aí falando horrores da gloriosa Polícia Militar.
Nos bastidores, entretanto, não há receio em cortar na carne, com a expulsão dos policiais envolvidos em problemas.
O governador vem citando publicamente o estouro dos dois grupos de extermínio que foram denunciados na semana passada, sempre com a participação de PMs, como executores.
Conforme fontes do governo, na nova gestão, a ordem é não procrastinar os inquéritos que estão na corregedoria militar e envolvem investigações de maus policiais. “Existem 300 policiais nesta situação e vão todos para o pau (julgamento, com punições), expulgando os maus policiais”, informam auxiliares do governador, nesta manhã.
O paralelo é distante, mas não despropositado.
A grande campanha para varrer a corrupção em tempos recentes foi feita em Nova York.
Em 1994, o então prefeito da cidade, Rudolph Giuliani, decidiu jogar duro contra o crime e, além de não tolerar delitos, determinou aos chefes de polícia que limpasse os quadros da polícia de membros corruptos.
Um sem número de policiais foi investigada e outros tantos demitidos.
Como resultado, a criminalidade despencou.
Depois de ocupar o primeiro lugar entre as 150 cidades mais violentas do mundo, era a última em 1996.
Eduardo não é Giuliani, nem Romero é William Bratton, mas não resta dúvida que, no caso da nossa PM, a doença e o remédio são os mesmos.