O presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, Valdemar Melo, disse há pouco ao Blog que já pediu à CTTU (Companhia de Trânsito e Transporte Urbano) um reestudo de custos do setor para definir um reajuste de tarifas.
Ele tomou a iniciativa em função do aumento do preço do gás natural, definido na semana passada pela Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe) em 15,52%.
Segundo Melo, a planilha da CTTU leva em conta não apenas o preço do gás, mas todos os cutos dos motoristas - como pneus e outros combustíveis.
Não é possível, portanto, fazer uma previsão do índice a ser aplicado.
Depois que a CTTU tiver a nova planilha, ela será submetida, de acordo com o sindicalista, à aprovação do Conselho Municinal de Trânsito e Transporte, composto por representantes da prefeitura do Recife, de entidades de classe e usuários.
De qualquer modo, o presidente do sindicato diz que o aumento deve ser aplicado somente sobre o valor do quilômetro rodado, que hoje custa R$ 1,40 na bandeira 1 e R$ 1,68 na 2.
A bandeirada (a taxa que você paga só para entrar no carro) deve permanecer nos atuais R$ 3,00.
O dilema dos taxistas é aumentar as tarifas sem afastar os clientes.
Segundo Valdemar, há cerca de duas semanas, antes da definição do aumento do gás natural, cerca de 80 taxistas compraram um novo modelo de carro popular 0km, que já vem com gás de fábrica.
Pelo jeito, nesta questão, está todo mundo sobrando na curva.
Como o Blog revelou na semana passada, o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau informou em uma audiência pública promovida pela Comissão Especial da lei do Gás, no Congresso, que "não adianta nós termos agora táxis mais baratos para depois nos defrontarmos com algum apagão, ou seja, com uma oferta de gás estrangulada em setores vitais para a economia".
Na prática, isso significa que o governo não está conseguindo suprir o crescimento da demanda que ele mesmo estimulou.
Daí o aumento para inibir a procura.
Só o Recife tem 6,2 mil táxis.
A região Metropolitana, 8 mil.
Desse total, 50% são carros convertidos para gás.