O deputado federal Paulo Rubem Santiago, apesar de ser integrante do PT, fez críticas ao Projeto de Lei Complementar 01/07.

A proposta, do Executivo, limita a despesa com pessoal e encargos sociais para cada Poder e órgãos da União ao valor liquidado no ano anterior.

Em 1995, os gastos com pessoal representavam 52% das despesas da União.

Hoje representam 27,3%, graças ao aumento das receitas correntes líquidas.

Santiago disse ter ficado feliz em ver que as centrais sindicais assinaram uma nota contra o PLP.

Também afirmou que o Poder Executivo foi o que mais arcou com a redução de despesas da União e ressaltou as disparidades do Judiciário em relação às outras carreiras do serviço público.

O tema foi objeto de uma audiência pública promovida pela Comissão Especial de Limite de Despesa com Pessoal para discutir o Projeto de Lei Complementar (PLP) 01/07.

Para o petista, o mérito do Projeto de Lei Complementar não é o que propõe o texto, mas sim o debate sobre os gastos dos estados provocado pela tramitação da matéria na Câmara. "A sociedade precisa discutir salário.

Sou professor universitário e sei das disparidades que existem inclusive dentro do Poder Executivo.

Mas não quero discutir somente salário, quero discutir também despesas com convênios, custeio da União e todos os itens que compõem o orçamento da União", disse.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, disse que projeto 01/07 comprometerá a qualidade do serviço público e promoverá a contratação de terceirizados.A CUT é contra o projeto e pediu a retirada da pauta da Câmara.

Representando a Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais (Cnesf), Lea de Souza Oliveira, considera o governo "intransigente", por não retirar da pauta da Câmara o Projeto de Lei Complementar (PLP) 01/07.

Segundo a representante do Cnesf, o governo definiu as regras do PLP de "forma arbitrária" e sem negociações.

Ela defendeu o limite do pagamento dos juros da dívida externa.

Lea Oliveira defendeu ainda a tributação das grandes fortunas e a reconversão de parcela da dívida externa em políticas públicas.